Cadeia de valor da informação na análise de crédito

O modelo de cadeia de valor da informação na análise de crédito destaca atividades específicas aos quais as estratégias competitivas podem ser aplicadas.

Consequentemente, o objetivo é que cada etapa do processo adicione valor à atividade que se relaciona.

No caso deste artigo, falamos sobre a gestão e o valor da informação na análise de crédito das empresas.

Neste caso, vamos considerar como cadeia de valor da gestão da informação para crédito e cobrança os seguintes passos:

  1. Coleta de dados
  2. Organização
  3. Armazenamento
  4. Disponibilização
  5. Decisão

Em outro artigo, já tratamos sobre a Gestão Cadastral em crédito e cobrança, mas agora vamos um pouco além.

Sobre dados e informações

Primeiramente, uma ressalva importante sobre os dados a serem utilizados.

A fim de considerar quais dados de clientes que se deseja obter para formar o cadastro, a empresa deve observar alguns aspectos, entre eles:

  • Autenticidade: Certeza de que o documento provém das fontes anunciadas (segurança da origem) e que não foi alvo de falsificações.
  • Integridade: Informações corretas, legíveis e em formato compatível para sua utilização. Cuidado com aqueles documentos que parecem resgatados de uma enchente.
  • Disponibilidade: Garantia da posse pelo Cliente ou Proponente e com acesso aos originais no momento da compra, em caso de compras físicas.
  • Confidencialidade: Garantia de que o acesso a estes documentos seja somente às pessoas autorizadas para tal.

Finalmente, vamos às etapas de nossa cadeia de valor da informação para crédito e cobrança:

Cadeia de valor da informação

Passo 1: Processo de Coleta

Cadeia de valor da informação: Coleta
Cadeia de valor da informação: Coleta

Como o próprio nome diz, esta etapa refere-se à coleta das informações, documentos e outros componentes do cadastro.

Esta etapa demanda cuidados, já que pode apresentar fragilidades devido à pressa de efetivar a venda. Cuidado para não se deixar enganar pela pressa.

Captura normalizada

Sem variações para um mesmo perfil de proponente. Ou seja, que a forma de coletar (ex. ficha cadastral) seja padronizada, garantido a coleta dos mesmos dados para todos os clientes.

Aqui cabe uma ressalva: Faz sentido ter informações mínimas adequadas a cada perfil do seu cliente.

Por exemplo, as informações necessárias a um cliente de carteira assinada podem ser diferentes daquelas que seriam ideais para um pequeno produtor rural.

Informações adequadas

Que as informações solicitadas sejam adequadas conforme a necessidade. Afinal, solicitar informações ou documentos em excesso podem “espantar” o cliente e perdermos a venda.

Certamente o objetivo aqui é não dificultar a venda ou o relacionamento com o cliente.

Qualificação corretiva

Aqui o desafio é identificar e corrigir problemas nas informações coletadas.

Exemplos neste caso podem ser:

  • E-mails sem “.com.br” após o nome do provedor.
  • CEP não pertencente ao logradouro informado.
  • Telefones sem DDD´s ou mesmo sem o 9 dígito (em caso de celulares).

Inegavelmente o objetivo aqui é identificar e corrigir inconsistências no tipo de dado que se deseja obter (caracteres inválidos, símbolos, acentos, abreviações, etc.).

Passo 2: Processo de Organização

Cadeia de valor da informação: Organização
Cadeia de valor da informação: Organização

Sem dúvida, informações podem ser consideradas ativo estratégico das empresas. Entretanto, se estiverem desorganizadas perdem parte de seu valor.

Evite duplicidades

Cuidado com dados duplicados entre clientes, principalmente em informações únicas, como CPF.

Pode parecer óbvia esta recomendação, mas já encontramos muitos casos de clientes diferentes com mesmo CPF em sistemas de cadastro. Acredite, isso é mais comum do que se imagina.

Garanta o valor da informação na análise de crédito.

Afinal, este ponto pode gerar impacto negativo no valor da informação na análise de crédito.

Evite deduplicações

Deduplicação é o processo de analisar, identificar e remover duplicidade nos dados, diminuindo assim a quantidade de informação a ser manipulada e armazenada.

Geralmente, este processo compara os dados serem gravados em disco com os já existentes e evita o armazenamento duplicado.

Este processo garante, por exemplo, que um novo telefone é armazenado em somente 1 fonte, sendo consultada por todos na empresa.

Realize higienização

Higienização, de maneira simplificada, significa excluir dados que sabidamente são inválidos.

O grande benefício aqui é aumentar a produtividade e a assertividade das equipes e reduzir custos com correspondências erradas, por exemplo.

Um bom exemplo pode ser dados diferentes para mesma empresa, parecendo ser 2 clientes distintos (Ex. “Vale do Rio Doce” e “Vale”).

Inegavelmente, este processo torna mais confiável os dados de uma base de clientes, seja para crédito (venda) ou cobrança, garantindo o valor da informação.

Certamente, o ideal seria que este processo fosse realizado automaticamente. Porém, pela nossa experiência, uma revisão manual sempre encontra melhorias.

Antes de tudo, não economize tempo ou dinheiro neste quesito.

Entre as boas práticas neste assunto, podemos citar:

  • Autopreencher nomes de ruas, bairros, cidades , UF conforme CEP.
  • Eliminar espaços em branco entre as palavras.
  • Eliminar caracteres especiais onde não são esperados.
  • Identificar corretamente o tipo de pessoa (PF ou PJ).
  • Garantir preenchimento de todos os dígitos para telefones.
  • Normalizar a escrita das informações (primeira letra maiúscula, etc).

Passo 3: Processo de Armazenamento

Cadeia de valor da informação: Armazenamento
Cadeia de valor da informação: Armazenamento

Lidar com grande quantidade de informações originadas de diversas fontes diferentes requer cuidados em relação a segurança.

Abaixo seguem características de um bom processo de organização de dados:

Atenção à segurança da informação

Ataques virtuais ou vazamento de informações sigilosas podem prejudicar a reputação da empresa, comprometendo sua credibilidade.

Neste ponto a fragilidade está relacionada à falta de mecanismos de autenticação ou o uso de canais sem reforço na segurança para acessar a base de dados, como a criptografia.

Sendo assim, garanta controle de acesso, níveis de permissão, perfis de acesso, impressão e extração de dados, etc.

Acima de tudo, garanta o valor da informação no processo de análise de crédito e não economize esforços neste quesito.

Atenção à redundância e sincronia

Aqui estamos falando de dados armazenados em locais diferentes e sincronizados entre si em tempo real.

Para saber mais, confira aqui nosso post sobre os benefícios dos sistemas em nuvem para a gestão financeira.

O ideal é que este processo aconteça sem impactos aos usuários, garantindo usabilidade dos sistemas da empresa.

Uma das boas práticas é fazer o backup em nuvem, reduzindo necessidade de investimentos ou mesmo reduzindo custos com manutenções.

Aqui na EFIC todos os nossos sistemas e bancos de dados rodam em nuvem desde 2012. Veja aqui nosso post a respeito.

Validade

Antes de mais nada, sabemos que dados são “perecíveis”.

Assim sendo, grande parte de nossos dados mudam com o passar do tempo. Nossa situação creditícia pode melhorar ou piorar à medida que o tempo passa.

Antes de tudo, manter uma base de dados atualizada é fundamental para gerar valor para a análise de crédito.

Passo 4: Processo de Disponibilização

Cadeia de valor da informação: Disponibilidade
Cadeia de valor da informação: Armazenamento

Com as informações coletadas, armazenadas e organizadas, agora a etapa fundamental é como estas são disponibilizadas aos analistas.

Considerando este ponto, sugerimos observar:

  • Segurança das informações coletadas: Controle de acesso, níveis de permissão, perfis de acesso, impressão e extração de dados, etc.
  • Facilidade de acesso: O acesso às informações dos clientes deve ser fácil e sem complicações, considerando ainda velocidade e meios de acesso.

Passo 5: Processo de Decisão

Cadeia de valor da informação: Decisão
Cadeia de valor da informação: Decisão

Finalmente, e agora é que são elas!

Chegou a hora de decidir sobre o crédito a ser concedido.

Sobretudo, neste ponto, cabem 2 características a um bom processo de decisão:

  • Considera a experiência do decisor, em casos de análises não massificadas.
  • Garanta a total documentação da decisão em meio rastreável e de fácil acesso.

Conclusão

Costumamos dizer que a informação é o combustível da análise de crédito.

Não adianta a melhor tecnologia ou os profissionais mais bem preparados se a informação a ser analisada está errada, incompleta ou desatualizada.

Sendo assim, garantir a boa execução da cadeia de valor da informação na análise de crédito é fundamental para se plantar e colher melhores vendas com inadimplência controlada.

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