Estrutura de gestão de riscos de crédito

Mesmo com cautela, conceder crédito sempre envolve riscos para as instituições financeiras ou empresas.

Na grande maioria das vezes, não existe 100% da garantia do recebimento de todo o valor concedido, dada a quantidade de variáveis, passíveis de previsão ou não, que podem levar à inadimplência.

Estas situações nem sempre seguem um padrão e, vez ou outra, acaba por surpreender o credor.

Por esses e outros motivos, a gestão de risco de crédito é um processo de enorme importância com o qual as empresas precisam lidar. Se o risco de crédito é gerenciado corretamente, por meio de modelos de gestão apropriados, ela é capaz de cumprir com os requisitos regulamentares de crédito e aumentar a segurança dos seus negócios.

O que é risco de crédito?

Risco de crédito pode ser considerado como a possibilidade de perdas financeiras decorrentes do:

  • Não cumprimento das obrigações nos termos originalmente pactuados;
  • Da desvalorização dos ativos;
  • Da redução de remunerações e de ganhos esperados.

Como consequência da:

  • Deterioração da qualidade creditícia da contraparte ou do instrumento mitigador;
  • Da reestruturação de instrumentos financeiros;
  • Dos custos de recuperação de exposições problemáticas.

Atenção! Todas as concessões estão expostas ao risco de crédito, tornando-se necessária a introdução de métodos, políticas, processos e monitoramentos dedicados à sua mitigação.

Lembre-se: não existe risco zero!

Responsabilidades dos gestores de risco

Especificamente para as instituições financeiras, temos a resolução 4.557/17, que dispõe sobre a estrutura de gestão de riscos de crédito e a estrutura de gerenciamento de capital.

Conforme esta resolução, temos que:

“As estruturas de gerenciamento devem ser compatíveis com o modelo de negócio, com a natureza das operações e com a complexidade dos produtos, dos serviços, das atividades e dos processos da instituição; proporcionais à dimensão e à relevância da exposição aos riscos, segundo critérios definidos pela instituição; adequadas ao perfil de riscos e à importância sistêmica da instituição; e capazes de avaliar os riscos decorrentes das condições macroeconômicas e dos mercados em que a instituição atua”.

Estre as diversas responsabilidades da equipe de gestão de risco de crédito em uma instituição, podemos destacar:

  • Identificação e avaliação dos riscos relevantes;
  • Avaliação do capital necessário para suportar os riscos;
  • Projeção dos indicadores de risco e de capital;
  • Apuração do patrimônio de referência (PR);
  • Elaboração do plano de capital e do plano de contingência;
  • Avaliação de fontes de capital e recomposição de capital;
  • Elaboração do plano de recuperação;
  • Testes de estresse para cenários extremos;
  • Relatórios gerenciais;
  • Políticas de gerenciamento de capital.

Comitês de suporte à gestão de riscos

Comitê de Riscos

Apoia na formulação, acompanhamento e controle das políticas e metodologias empregadas quanto a riscos de crédito, de mercado, de liquidez, operacionais, ambientais e outros.

Comitê Técnico de Riscos

Monitora políticas, estratégias, metodologias e limites do gerenciamento de risco e capital.

Atua na identificação prévia dos riscos inerentes a alterações relevantes e de novos produtos e serviços, mudanças significativas em processos, sistemas, operações e modelo de negócio, estratégias de hedge e iniciativas de assunção de riscos, reorganizações societárias significativas e alterações nas perspectivas macroeconômicas.

Comitê de Compliance, Controles Internos e Riscos

Avalia, analisa, monitora e recomenda ações relacionadas à adoção das melhores práticas nas disciplinas de compliance, Controles Internos e Riscos sobre os produtos, serviços e atos praticados, sejam de caráter interno ou externo.

Comitê de Auditoria

Atua como órgão estatutário, avalia e manifesta-se sobre todos os temas relacionados às auditorias, interna e externa.

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